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Actividades Académicas em que o Instituto Histórico da Beira Côa participou em conjunto com a Sociedade de Geografia de Lisboa e outras instituições académicas no Ano de 2019

          No ano de 2019 o Instituto Histórico da Beira Côa colaborou em várias iniciativas da Sociedade de Geografia de Lisboarespeitantes às comemorações dos 700 anos da Ordem de Cristo e das Dioceses titulares portuguesas, as quais aqui registamos para memória.

 

PROGRAMA GERAL

DAS COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA ORDEM DE CRISTO

2019

          Realizado pela Sociedade de Geografia de Lisboa, através da sua “Comissão Infante D.Hemrique, Ordem de Cristo e Expansão”,  em conjunto com * Artis / Fac.Letras de Lisboa, * Associação dos Arqueólogos Portugueses, Secção de História, * Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) / Univ.Católica Portuguesa; * Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) / Fac. de Letras da Univ.de Lisboa; * Centro Interdisciplinar de Hist., Culturas e Sociedades da Univ.de Évora (CIDEHUS) / Univ. de Évora; * Comissão Portuguesa de História Militar;  * Instituto Histórico da Beira Côa; e * Projecto Ordo Christi / ESART – Inst.Polit.de Castelo Branco, e em colaboração com * Arquivo Nacional da Torre do Tombo e * Biblioteca Nacional de Portugal.

14 Mar.    Congresso comemorativo dos 700 anos da bula Ad ea ex quibus / Sociedade de Geografia de Lisboa

Mar.  Mostra documental e bibliográfica / Biblioteca Nacional de Portugal

18 Mar.   Conferência Da bula Vox in excelso de 1312 à bula Ad ea ex quibus de 1319  / Biblioteca Nacional de Portugal

16 Maio   Conferência  Da Ordem do Templo à Ordem de Cristo. Reconquista e consolidação do território português / Associação dos Arqueólogos Portugueses, Convento do Carmo

25 Maio  Colóquio A Ordem de Cristo e o Infante D.Henrique  /   Mosteiro da Batalha

3 Jul.   Colóquio A Jurisdição espiritual da Ordem de Cristo  /  Tomar, Santa Maria do Olival e Auditório da Moagem

13 Jul.   Colóquio A Ordem de Cristo sob o Governo dos Duques de Viseu e de Beja   /   Mosteiro da Conceição, Beja

6 Nov.- 8 Jan.   Exposição 700 Anos da Ordem de Cristo   /   ANTT

18 Nov.    Colóquio sobre os 700 anos da instituição canónica da OC   /  ANTT

 

Organizadores – Profs.Doutores Fernando e Madalena Oudinot Larcher.

Conselho Científico – Prof.s Doutores Luís Aires de Barros (Pres.), João Paulo Oliveira e Costa, Fernanda Olival, Fernando Oudinot Larcher, Maria Barreto d’Ávila, João da Cunha Matos, Maria Madalena Oudinot Larcher, Pedro Velez, Vítor Rodrigues e Vitor Serrão.

 

 

1319                       COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA ORDEM DE CRISTO                    2019

                                      

Sociedade de Geografia de Lisboa

Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão

 

em coorganização com * Artis / Fac.Letras de Lisboa, * Associação dos Arqueólogos Portugueses, Secção de História, * Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) / Univ.Católica Portuguesa; * Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) / Fac. de Letras da Univ.de Lisboa; * Centro Interdisciplinar de Hist., Culturas e Sociedades da Univ.de Évora (CIDEHUS) / Univ. de Évora; * Comissão Portuguesa de História Militar;  * Instituto Histórico da Beira Côa; e * Projecto Ordo Christi / ESART – Inst.Polit.de Castelo Branco.     E em colaboração com * Arquivo Nacional da Torre do Tombo e * Biblioteca Nacional de Portugal.

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Colóquio por ocasião dos 700 anos da Bula Ad ea ex quibus,

bula fundacional da Ordem de Cristo

14 Março 1319 – 14 Março 2019

 

Local:  Auditório Adriano Moreira, Sociedade de Geografia de Lisboa

Data: 14 de Março

 

 

PROGRAMA

10.00 h   Palavras de abertura pelo Prof. Cat. Luís Aires de Barros, Presidente da Sociedade de Geografia.

Intervenção do Prof. Doutor Fernando Larcher, Presidente da Secção “A Ordem de Cristo e a Expansão” da SGL, Evocando os 700 anos da Ordem de Cristo.

Conferência da Prof. Doutora Manuela Mendonça, Presidente da Academia Portuguesa da História, A Ordem de Cristo: de poder regional a afirmação nacional.

Visita à Mostra bibliográfica e museológica alusiva à Ordem de Cristo

11.00 h    Património Artístico e Ordem de Cristo

Prof.Doutores Ricardo J. Nunes da Silva e Joana Pinho, Artis/FLUL, A Os contributos do projeto Ordo Christi para o conhecimento e divulgação do património da Beira Interior.

Prof. Cat. Vítor Serrão, Vice-Presidente da Academia Nacional das Belas Artes, Artis/FLUL, O retábulo ‘Manuelino’ da Sé do Funchal, uma obra-prima do mecenato da Ordem de Cristo.

Prof. Doutor Fernando Grilo, Artis/FLUL, Ordo Christi: Um património intemporal. A escultura em terras da Ordem de Cristo. Novos exemplos de uma pratica artística e devocional.

13.00   Encerramento pelo Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Prof.Cat.Luís Aires de Barros.

 

 

 

Conferência | Da extinção da Ordem do Templo à criação da Ordem de Cristo | 18 mar. | 18h00 |

BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

700 anos da Ordem de Cristo
DESTAQUE | 7 mar. – 6 abr.´19 | Sala de Referência | Entrada livre
CONFERÊNCIA | 18 mar. ´19 | 18h00 | Auditório | Entrada livre

Fernando Larcher reúne alguns documentos e reproduções lembrando a fundação da Ordem de Cristo e realiza dia 18 de março uma conferência intitulada Da bula Vox in excelso de 1312 à bula Ad ea ex quibus de 1319: Da extinção da Ordem do Templo à criação da Ordem de Cristo.

Foi em 14 de março de 1319 que, após demoradas, difíceis e delicadas negociações, subsequentes à perseguição por Filipe o Belo dos Templários e à extinção da sua Ordem por Clemente V, em 3 de abril de 1312, o papa João XXII outorgou a bula Ad ea ex quibus, pela qual erigia a Ordem da Cavalaria de Jesus Cristo. Correspondia assim aos desejos de el-Rei D. Dinis que, em estratégia conjugada com os monarcas de Castela e Aragão, almejava que os bens da Ordem do Templo em Portugal convergissem para uma Ordem nacional.

Em 18 de novembro desse ano é instituída canonicamente a Ordem, em cerimónia realizada no paço régio de Santarém, na qual D. Dinis recebe o juramento do seu primeiro mestre. Era o início da mais notável das Ordens militares Portuguesas, Ordem que, através de fases e vicissitudes diversas – militar, monástica, de novo militar e por fim honorífica -, imprimindo a sua cruz nas velas que sulcaram os mares, deu voz maior à história e à grandeza de Portugal.

 

 

1319                       COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA ORDEM DE CRISTO                    2019

                                      

Sociedade de Geografia de Lisboa

Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão

 

em coorganização com * Artis / Fac.Letras de Lisboa, * Associação dos Arqueólogos Portugueses, Secção de História, * Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) / Univ.Católica Portuguesa; * Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) / Fac. de Letras da Univ.de Lisboa; * Centro Interdisciplinar de Hist., Culturas e Sociedades da Univ.de Évora (CIDEHUS) / Univ. de Évora; * Comissão Portuguesa de História Militar;  * Instituto Histórico da Beira Côa; e * Projecto Ordo Christi / ESART – Inst.Polit.de Castelo Branco.     E em colaboração com * Arquivo Nacional da Torre do Tombo e * Biblioteca Nacional de Portugal.

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Colóquio

A Ordem de Cristo e o Infante D.Henrique

PROGRAMA

 

[…] nós te designamos administrador da dita Ordem, […], confiando-te totalmente o cuidado, o governo e a administração plena, geral e livre da mesma Ordem e das suas pessoas, direitos e bens, para que a dita Ordem, entregue à tua administração, conforme à prudência que por Deus te foi outorgada, a governes, dirijas e engrandeças, […].

Martinho V, bula In Apostollicae dignitatis, Florença, 25 de Maio de 1420

 

Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha

Sábado, 25 de Maio de 2019

 

9.50 h   Recepção aos participantes

10.00 h   Sessão de Abertura

Palavras do Dr.Joaquim Ruivo, Director do Mosteiro da Batalha

Palavras do Prof.Cat. Luís Aires de Barros, Presidente da Sociedade de Geografia

Palavras do Dr.Paulo Baptista dos Santos, Presidente da Câmara Municipal da Batalha

10.20 h   Em Memória do Infante

Prof. Doutor Fernando Larcher, Presidente da Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão, da SGL, A Memória do Infante D.Henrique e a Sociedade de Geografia de Lisboa

Investigador José Travaços Santos, Infante D.Henrique, Imperador de novos mares e novos céus

10.50 h  Entrega do Diploma de Sócio Correspondente da SGL ao investigador José Travaços Santos

11.00 h  1ª Visita Guiada

Prof.Dr. Pedro Redol, A Capela do Fundador

11.45 h  Iº Painel – O Infante D.Henrique

Tenente-General Alexandre Sousa Pinto, A Ordem de Cristo, das origens ao séc.XVIII

Prof.Doutora Maria Barreto Dávila, O Infante D.Henrique e a Ordem de Cristo

13.00 h    Almoço

14.45 h   2ª Visita Guiada

Prof.Doutores Miguel Metelo de Seixas e João António Portugal,  Heráldica e Ordens Militares no Mosteiro da Batalha

15.30 h   IIº Painel – A Iconografia do Infante, conferências

Dr.João David Zink, A Demanda da Vera Efígie do Infante D. Henrique (1394-1460)

Prof.Cat.Fernando Branco, O verdadeiro retrato do Infante

16.45 h  Conferência

Prof.Doutora Cristina Nobre, Afonso Lopes Vieira e a Ordem de Cristo

17.20 h   Sessão de Encerramento

Prof.Doutor Fernando Larcher, Presidente da Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão da SGL

Tenente-General João Carlos Geraldes, Secretário Geral da Sociedade de Geografia

Dr.Joaquim Ruivo, Director do Mosteiro da Batalha

Conselho Científico – Prof.s Doutores Luís Aires de Barros (Pres.), João Paulo Oliveira e Costa, Fernanda Olival, Fernando Oudinot Larcher, Maria Barreto d’Ávila, João da Cunha Matos, Maria Madalena Oudinot Larcher, Pedro Velez, Vítor Rodrigues e Vitor Serrão.

 

 

1319                       COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA ORDEM DE CRISTO                    2019

                                      

Sociedade de Geografia de Lisboa

Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão

 

em coorganização com * Artis / Fac.Letras de Lisboa, * Associação dos Arqueólogos Portugueses, Secção de História, * Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) / Univ.Católica Portuguesa; * Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) / Fac. de Letras da Univ.de Lisboa; * Centro Interdisciplinar de Hist., Culturas e Sociedades da Univ.de Évora (CIDEHUS) / Univ. de Évora; * Comissão Portuguesa de História Militar;  * Instituto Histórico da Beira Côa; e * Projecto Ordo Christi / ESART – Inst.Polit.de Castelo Branco.     E em colaboração com * Arquivo Nacional da Torre do Tombo e * Biblioteca Nacional de Portugal.

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Colóquio

A Jurisdição Espiritual da Ordem de Cristo

PROGRAMA

 

       “Direis a Sua Santidade que, desde o tempo do Infante, que primeiro começou a fazer o descobrimento do mar Oceano e que em seu tempo fêz nisso grande fructo […], logo pelos Santos Padres foi concedida a jurisdição espiritual e temporal de todo o descoberto e por descobrir ao Vigário de Tomar, por êle ser Mestre do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Cristo e por sua devoção assim o suplicar, o que deixou até que El-Rei, meu Senhor e Padre, que santa glória haja, vendo o grande descobrimento que era feito, suplicou ao Santo Padre Leão, de gloriosa memória, que criasse de novo Bispo da Cidade do Funchal na Ilha da Madeira, por ser uma cidade muito nobre e povoada de muitos fidalgos.”

       Instruções de D.João III a D.Martinho de Portugal, seu embaixador ao Papa, datadas de 20 de Maio de 1532

 

Capela de Santa Iria e Igreja de Santa Maria do Olival, Tomar

Quarta-feira, 3 de Julho de 2019

MANHÃ – Igreja de Santa Maria do Olival

11.30 h – Recepção aos participantes

11.45 h – Visita à Igreja guiada pelo Prof. Doutor Fernando Larcher

– as origens, referências do séc.XIV, panteão da Ordem do Templo e da Ordem de Cristo; a época manuelina; as obras joaninas; as intervenções contemporâneas

12.20 h – Conferência

Mestre Maria Teresa da Cunha Matos, O Túmulo de D.Diogo Pinheiro

Interrupção para Almoço

TARDE – Capela de Santa Iria

15.00 h   Sessão de Abertura

Palavras da Dra.Anabela Freitas, Presidente da Câmara Municipal de Tomar

Palavras do Prof.Cat. Luís Aires de Barros, Presidente da Sociedade de Geografia

Palavras do Prof.Doutor Fernando Larcher, Presidente da Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão, da SGL

Intervenção de Sua Excelência Reverendíssima o Senhor D.José Traquina,  Bispo de Santarém

15.30 h  Conferências

Prof.Doutora Maria Madalena Oudinot Larcher, A Administração eclesiástica de Tomar na segunda parte da dinastia de Avis

Mestre Cristina Cota, Frei Fernando de Almeida, OC, compositor intemporal da música sacra portuguesa

Mestre Ernesto Jana, A Ordem de Cristo – da Regência do Cardeal D.Henrique ao Período Filipino

17.15 h  Encerramento

 

 

1319                       COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA ORDEM DE CRISTO                    2019

                                      

Sociedade de Geografia de Lisboa

Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão

 

em coorganização com * Associação dos Arqueólogos Portugueses, Secção de História, * Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) / Univ.Católica Portuguesa; * CHAM Centro de Humanidades / FCSH, Univ.Nova de Lisboa e Univ.dos Açores; * Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) / Fac. de Letras da Univ.de Lisboa; * Centro Interdisciplinar de Hist., Culturas e Sociedades da Univ.de Évora (CIDEHUS) / Univ. de Évora; * Centro de Património da Estremadura (CPAE); * Comissão Portuguesa de História Militar;  * Instituto Histórico da Beira Côa; e * Projecto Ordo Christi.    E em colaboração com * Arquivo Nacional da Torre do Tombo e * Biblioteca Nacional de Portugal.

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Colóquio

A Ordem de Cristo sob o

Governo dos Duques de Viseu e de Beja

PROGRAMA

 

Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, Beja

Sábado, 13 de Julho de 2019

 

 

 

14.50 h   Recepção aos participantes

15.00 h   Sessão de Abertura

Palavras do Prof.Cat. Luís Aires de Barros, Presidente da Sociedade de Geografia

Palavras do Dr.Francisco Paixão, Director do Museu Regional de Beja

Palavras do Prof.Doutor Fernando Larcher, Presidente da Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão, da SGL

Intervenção do Reverendíssimo Senhor D.João Marcos, bispo de Beja

15.30 h   Conferências

Prof.Doutor Hermenegildo Fernandes, A Casa Ducal de Beja e a Ordem de Cristo.

Prof.Doutora Maria Barreto Dávila, A Infanta D.Beatriz, duquesa de Beja e governadora da Ordem de Cristo.

17.00 h    Visita guiada ao Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição e ao Museu, pelo Senhor Dr.Francisco Paixão, director do Museu Regional de Beja.

18.00 h   Doutor José Hermano Saraiva, Os Duques de Viseu e de Beja nos Horizontes da Memória.

Excerpto de programa comentado por seu filho, Dr.Pedro Sá Nogueira Saraiva

19.00 h  Encerramento

Conselho Científico – Prof.s Doutores Luís Aires de Barros (Pres.), João Paulo Oliveira e Costa, Fernanda Olival, Fernando Oudinot Larcher, Maria Barreto d’Ávila, João da Cunha Matos, Maria Madalena Oudinot Larcher, Pedro Velez  e Vítor Rodrigues

 

 

ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO

 

1319                       COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA ORDEM DE CRISTO                    2019

                                      

Sociedade de Geografia de Lisboa

Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão

 

em coorganização com * Associação dos Arqueólogos Portugueses, Secção de História, * Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) / Univ.Católica Portuguesa; * Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) / Fac. de Letras da Univ.de Lisboa; * Centro Interdisciplinar de Hist., Culturas e Sociedades da Univ.de Évora (CIDEHUS) / Univ. de Évora; * Centro de Património da Estremadura (CPAE); * Comissão Portuguesa de História Militar;  * Instituto Histórico da Beira Côa; e * Projecto Ordo Christi.    E em colaboração com * Arquivo Nacional da Torre do Tombo e * Biblioteca Nacional de Portugal.

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COLÓQUIO

                             

      NOS 700 ANOS DA INSTITUIÇÃO DA ORDEM DE CRISTO

 

     18 de Novembro de 1319 – 18 de Novembro de 2019

 

     Arquivo Nacional da Torre do Tombo

 

                                                                    18 de Novembro de 2019, 15 h

 

 

 

 

PROGRAMA E RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS

 

 

15.00  Sessão de Abertura

Palavras do Director Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Dr.Silvestre Lacerda e do Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Prof.Cat. Luis Aires de Barros

Razões de uma evocação, pelo Presidente da “Comissão Infante D.Henrique, Ordem de Cristo e Expansão” da SGL, Prof.Doutor Fernando Larcher

15.15 Conferências

Prof.Doutor Fernando Larcher, A Instituição Canónica da Ordem de Cristo, Palácio Real em Santarém, 18 de Novembro de 1319.

Prof.Coord. João da Cunha Matos, O Chanceler Francisco Domingues. Uma personagem interveniente na transição da Ordem do Templo para a Ordem de Cristo.

Prof.Doutor José Manuel Varandas, A Génese da Ordem de Cristo do ponto de vista estratégico.

Prof.Doutor José Manuel Garcia, A Ordem de Cristo, do Infante D.Henrique a D.Manuel I.

Prof.Doutora Fernanda Olival, As Transformações estruturais da Ordem de Cristo no período Moderno.

 

 

 

RESUMOS

 

A Instituição Canónica da Ordem de Cristo, Palácio Real em Santarém, 18 de Novembro de 1319.

 

Fernando Larcher

 

 

Analisar-se-ão, sucessivamente, quatro etapas que contextualizam e traduzem a instituição canónica da Ordem:

– os passos da criação pontifícia da Ordem de Cristo à sua anuência por D.Dinis: os documentos datados de Avinhão de 14 a 16 de Março de 1319; a comunicação pontifícia de João XXII ao rei de Portugal pela carta Venientes ad praesentiam, de 16 de Março de 1319, que introduz a bula Ad ea ex quibus, fundacional da Ordem de Cristo, cuja instituição o rei devia executar, uma vez aceite aquela e ratificados e cumpridos os compromissos daquela constantes e assumidos pelos seus emissários.

– as diligências, nos meses subsequentes à conformação de D.Dinis com a bula e à sua ratificação dos referidos compromissos, para o seu cumprimento, condição sine qua non para a instituição da Ordem.

– a cerimónia em si, realizada nos Paços reais da Alcácova Nova de Santarém no Domingo, 18 de Novembro de 1319, na qual, depois da leitura por Fr.João, superior do convento dominicano de Lisboa e confessor do rei , é instituída a Ordem e são prestados a homenagem de fidelidade intuitu personae ao rei e o juramento ao papa nas mãos do prior de Alcobaça, segundo a fórmula constante da bula fundacional.

– a comunicação ao papa da concretização da instituição e do juramento que nela o mestre lhe prestara, para efeito da qual o prior presente pediu logo fosse lavrado instrumento notarial, o qual por ordem de D.Dinis foi feito pelo tabelião Domingos Eanes. Viria a ser concretizada já pelo abade de Alcobaça, D.Fr.Martinho III, eleito sete dias depois da cerimónia, em carta datada de 20 de Fevereiro de 1320, que seria entregue ao camarário do papa em 20 de Agosto.

                                                                                                               

 

O Chanceler Francisco Domingues. Uma personagem interveniente na transição da Ordem do Templo para a Ordem de Cristo.

João da Cunha Matos

Francisco Domingues foi reitor da igreja de Santa Maria da Asseiceira, cónego das Sés de Braga, Coimbra e Lisboa, prior da Alcáçova de Santarém, clericus regis, desembargador, ouvidor e chanceler régio, e, ainda, juiz delegado da Sé Apostólica. Teve pontuais intervenções em assuntos relacionados com a Ordem do Templo, com o Estudo Geral em Coimbra, com diversas outras instituições e sobre matérias várias. Referências às suas origens familiares e relações de parentesco como importantes esteios do seu percurso religioso e político e, bem assim, uma análise das suas detalhadas disposições testamentárias. Destaque final para um vulto quase ignorado que, entre 1309 e 1321, pelo menos, acompanhou de perto os finais da Ordem do Templo e os alvores da Ordem de Cristo.

A Génese da Ordem de Cristo do ponto de vista estratégico.

José Varandas

A extinção da Ordem do Templo em 1312 pelo papa Clemente V, sob pressão de Filipe, o Belo, rei de França, envolta em circunstâncias trágicas, e na sequência da perda da cidade de Acre na Terra Santa em 1291, possibilita ao rei português, D. Dinis, uma intervenção precisa e drástica. Em Portugal e de forma muito diferente do que acontece no resto da Europa cristã, os bens dos Templários não são integrados nos senhorios da Ordem do Hospital. Passaram para a Coroa e daí foram utilizados como alicerces de uma ordem estritamente nacional: a Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo. Justificando-se com a necessidade de continuar a luta contra o infiel, D. Dinis aproveita-se do velho ideal de Cruzada e assume a continuidade da luta no Sul do reino. O inimigo continuava próximo, era a tese defendida, e a doação da fortaleza de Castro Marim como a nova sede dos Cavaleiros de Cristo assumirá um papel fundamental na defesa da zona oriental do Algarve e da foz do Guadiana, e assim aquele monarca encarrega o cavaleiro Lourenço de Monsaraz e o cónego da Sé de Coimbra, Pedro Pires, de obterem autorização papal para a criação de uma nova ordem militar que administrasse o património dos cavaleiros Templários.

Instituída pela Bula Ad ea ex quibus de João XXII, em 14 de março de 1319, esta é uma nova ordem militar para novos tempos e assumirá um papel relevante no relacionamento entre as ordens militares e a Coroa, paradigmático de um novo modelo, onde todas as ordens militares estarão na dependência direta dos reis de Portugal. Uma dependência tão firme que o modelo terá como sustentáculo a presença dos infantes reais no comando de cada uma das milícias religiosas que agora são «nacionalizadas». As ordens militares passam a integrar um projeto régio, nacional, de tendência centralizadora onde a Ordem de Cristo desempenhará uma missão estratégica fundamental.

 

A Ordem de Cristo, do Infante D. Henrique a D. Manuel I

José Manuel Garcia

Na História da Ordem de Cristo podemos considerar que de entre os seus dirigentes máximos aqueles que mais a promoveram e projetaram foram o infante D. Henrique e o rei D. Manuel I. É sobre a forma como o fizeram, desde que em 1420 o primeiro foi nomeado seu governador até que em 1521 o seu-sobrinho neto faleceu, que iremos tecer alguma reflexões. Naturalmente iremos destacar o papel que tais personalidades tiveram ao privilegiar a relação da Ordem de Cristo com um processo tão decisivo para a História da Humanidade como foi o dos Descobrimentos Portugueses, o que se traduziu visualmente no impacto mundial que teve a sua imagem de marca: a Cruz de Cristo.

As Transformações estruturais da Ordem de Cristo no período Moderno.

Fernanda Olival

Ao contrário do que muitas vezes se tem afirmado, as Ordens Militares não desapareceram, nem se laicizaram depois da agregação dos Mestrados à Coroa, em 1550/1551.

Tendo como escala de análise a longa duração, esta apresentação tem em vista realçar as grandes mudanças que ocorreram na Ordem de Cristo, no período Moderno.

Tentar-se-á não isolar esta instituição das restantes Ordens Militares portuguesas e até peninsulares, bem como da realidade que eram as Ordens de cavalaria europeias da época.

Pôr-se-á ênfase no que muda e nas razões que explicam essas alterações.

Nos 700 anos da Criação da Ordem de Cristo / 1319 – 2019

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

Exposição

Outubro 2019 – Janeiro 2020

  1. Introdução; 2. a criação pontifícia da Ordem: os documentos datados de Avinhão de 14 a 16 de Março de 1319; 3. da vinda das bulas e da sua régia aceitação e da ratificação dos compromissos delas constantes assumidos pelos seus procuradores à instituição canónica da Ordem (5 Abr./Maio-18 Nov.); 4. a instituição canónica da OC em 18 Nov.; os instrumentos públicos da instituição canónica requeridos pelo prior e pelo abade de Alcobaça; 5. Dois documentos da semana seguinte à instituição: a quitação de D.Dinis e a primeira Ordenação da Ordem (20 e 26 Nov.); 6. a pública forma da tradução em versão oficial portuguesa das bulas Ad ea ex quibus e Desiderantes ab intimis feita, em 11 de Maio de 1320, pelo tabelião público Domingos Eanes por ordem de D.Dinis.
  1. Assinalados já que foram, em 14 de Março, os 700 anos da bula fundacional da Ordem de Cristo, incumbe agora rememorar a instituição da mesma Ordem em 18 de Novembro, data que assim se tornou o primeiro dia da sua existência.

Foi, com efeito, nesta data, que D.Dinis instituiu canonicamente a Ordem de Cristo e que o primeiro mestre desta prestou homenagem de fidelidade ao monarca intuitu personae e juramento ao papa nas mãos do prior de Alcobaça.

Tinham sido morosas, difíceis e delicadas as negociações, que mediaram entre a perseguição dos Templários por Filipe o Belo e a extinção da Ordem por Clemente V, em 3 de Abril de 1312, e a outorga em 14 de Março de 1319 pelo papa João XXII da bula Ad ea ex quibus, pela qual erigia a Ordem da Cavalaria de Jesus Cristo, consagrando-lhe o património da extinta Ordem do Templo.

A bula, negociada tenazmente pelos procuradores régios Pedro Peres e João Lourenço, nomeados em 14 de Agosto de 1318, correspondia aos desejos de el-Rei D.Dinis, que em estratégia longamente conjugada com os monarcas de Castela e Aragão, almejara que os bens da Ordem do Templo em Portugal convergissem para uma Ordem nacional.

Mas, mediariam, ainda, sete meses e quatro dias entre a outorga da bula em Avinhão em 14 de Março e a sua concretização com a instituição da Ordem em Santarém em 18 de Novembro, em percurso cujos principais passos, de Avinhão a Santarém, passamos a recordar.

  • Documento exposto:

Concórdia feita entre D. Dinis e D. Fernando de Castela pela qual ajustaram que querendo o Papa dispor dos bens dos Templários e tirá-los da sua jurisdição e senhorio, obrigavam-se a defendê-los e que nem um nem outro fariam avença com o dito Papa sem ambos serem ouvidos. Serra sobre Aljezira, 21 de Janeiro de 1310 (Expositor 1)

  1. Em três dias, 14 a 16 de Março de 1319, em Avinhão, João XXII, entre outras bulas com que encerra a questão templária na Península, ultima o processo da criação da Ordem de Cristo.

Três documentos em três dias concluem a acção papal no longo processo desta criação: No dia 14 a bula Ad ea ex quibus, a instituidora; no dia seguinte a bula Desiderantes ab íntimis, que nomeia D.Gil Martins, então mestre de Avis, mestre da Ordem de Cristo, que lhe ordena preste juramento de fidelidade à Santa Sé nas mãos do abade de Alcobaça, e o dispensa da visita de três em três anos a Roma; e por fim, no dia 16, as letras Venientes ad presentiam comunicando ao rei ter tratado com os procuradores régios o negócio dos templários, tendo acedido aos desejos do monarca, “quanto lhe foi possível”, conforme podia ver pela nota que enviava pelo cavaleiro João Lourenço, para o monarca aprovar, e ratificar os seus compromissos, enquanto o cónego Pedro Peres ficava na Cúria até à remissão ao papa da dita ratificação.

  • Documentos expostos:

Bula Ad ea ex quibus (Expositor 1, versões digitais da bula original e da sua transcrição no Livro das escrituras da Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo). A bula original não pode ser exposta pela sua excessiva dimensão em relação às vitrines: 980 X 730 mm

Bula desiderantes ab intimis, de 15 de Março de 1319, remetida a Gil Martins (Expositor 2, versão digital)

  1. Partido de Avinhão, seguramente sem demora, o cavaleiro e procurador e emissário João Lourenço, cavaleiro de Monsarás, chegou a Santarém onde se encontrava D.Dinis, com a notícia dos termos da negociação e com a bula.

Em 5 de Maio, sábado, aceita D.Dinis a bula e ratifica, não esta como tem sido afirmado, mas as doações e concessões feitas em seu nome pelos seus procuradores, na presença do bispo de Évora D.Giraldo, de Afonso Sanches, senhor de Albuquerque e mordomo do rei (e seu filho bastardo), e de João filho do sereníssimo senhor Afonso de Espanha, e doutras personagens para o efeito chamados.

Recebida a bula fundacional e ratificados os compromissos régios dela constantes impunha-se cumprir o primeiro passo para a erecção da nova Ordem. A entrega, por D.Dinis dos bens que lhe estavam pontificiamente atribuídos: o castelo de Castro Marim, que o monarca dera à nova ordem para sua sede, e todos os todos os outros “castelos, fortalezas, lugares e bens e direitos”, provindos da Ordem do Templo, incluindo aqueles sobre os quais, tendo sido objecto de litígio, o procurador régio “ganhara sentença”.

Diligenciará D.Dinis sequentemente o cumprimento do acordado pelos seus procuradores. Em 28 de Outubro, ordena aos seus oficiais que façam um levantamento dos bens da Ordem do Templo para serem devidamente entregues: “Sabei que eu mando entregar todos esses bens a D.Gil Martins, Mestre da Cavalaria da Ordem de Jesus Cristo […] e porque ele não sabe onde esses bens são mando vos que façais saber ao mestre ou a quem ele vos mandar onde são esses bens, e em que lugares”.

  1. Concretizadas estas diligências, chegava a hora de dar início formal ao funcionamento da Ordem com a sua instituição canónica. Aliás, quatro meses antes, no Domingo 22 de Julho, Jaime II de Aragão fizera concorrer ao seu palácio de Barcelona o bispo da cidade e várias personagens para dar princípio à Ordem de Montesa, cuja bula fundacional era já de Junho de 1317. Talvez em Portugal o processo tivesse sido ainda mais célere, não tivessem sido tão árduos para D.Dinis os meses seguintes com a dissensão de seu filho herdeiro.

A cerimónia veio a realizar-se no Domingo, 18 de Novembro, no paço real da Alcáçova Nova de Santarém, onde hoje se ergue a igreja da Companhia adoptada no século passado para Sé da diocese de Santarém. Perante quatro dos nove bispos portugueses – os de Évora, Guarda, Viseu e Lamego – e outras categorizadas testemunhas, o confessor régio e prior do mosteiro dominicano de Lisboa, leu as bulas Ad ea ex quibus e Desiderantes ab intimis. Depois Gil Martins despiu o hábito de Avis e vestiu o de Cristo, assinalado com uma cruz, no altar da capela régia, e prestou homenagem de fidelidade ao rei, intuitu personae como bem expressa a tradução oficial dionisiana da bula: “E o juramento, e menagem sobreditos, queremos que se façam ao dito rei, não por razão dos bens sobreditos, mais por razão da pessoa que o juramento fizer, não ganhando o dito rei, pela dita menagem, nenhum direito nos ditos bens;”, e, seguidamente (em ordem inversa ao disposto pontificiamente), prestou juramento ao papa, tocando os Santos Evangelhos seguros pelas mãos do prior de Alcobaça e recitando a fórmula prescrita no final da bula Ad ea ex quibus.

  • Documentos testemunhais:

Não se encontram expostas

nem o Instrumento notarial da fundação da Ordem da Milícia de Jesus Cristo por el-rei D.Dinis, em Santarém, e do juramento prestado por seu primeiro Mestre, Gil Martins, redigido por requisição do prior de Alcobaça e por mandado do rei, cuja cópia mais antiga (1439 ou 1440) se encontra na Alcobacense da BNP,

nem a Carta do Abade de Alcobaça em que dá conta ao pontífice do ocorrido, datada de Alcobaça, 20 de Fevereiro de 1320,

mas no colóquio que no dia 18 de Novembro ocorrerá na Torre do Tombo será particularmente relembrada esta cerimónia.

 

  1. Instituída a Ordem, dois e oito dias depois, a 20 e a 26, dois documentos datados das casas na Alcáçova Velha de Santarém, outrora pertencentes à Ordem do Templo, vêm complementar todo este processo:

– a carta de quitação, dada pelo Mestre e convento da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, naquele que é presumivelmente o primeiro capítulo da mesma, a el-rei D.Dinis, de todos os bens que este recebera da Ordem do Templo, agora doados à de Cristo pelo papa, dados os grandes encargos que aquele assumira no processo de conversão da Ordem do Templo em Ordem de Cristo:  manutenção dos antigos mestre e freires templários; as diligências diplomáticas junto da Santa Sé para a obtenção da nova Ordem; a doação do castelo e vila de Castro Marim para cabeça da Ordem, a renúncia às pretensões de que obtivera sentença favorável de várias vilas e lugares outrora pertencentes à Ordem do Templo.

– a primeira ordenação da Ordem de Cristo, sobre o “estado e regimento” da dita Ordem, feita pelo recém-empossado mestre e pelo convento, que será “outorgada e consentida” no mesmo dia pelo rei. Foi a primeira das ordenações, que seria seguida por uma outra do mesmo mestre, datada de Lisboa, 11 de Junho de 1321, e por duas do seu sucessor e sobrinho, que antes de eleito fora comendador mor, D.João Lourenço, outorgadas pelo monarca respectivamente em Lisboa, 11 de Junho de 1321, Santarém, 1 de Fevereiro de 1323 e de Lisboa, 16 de Agosto de 1326.

  • Documentos expostos:

Primeira ordenação da milícia feita ler e publicar por D. Gil Martins, mestre da Ordem e convento, e outorgada e consentida por D. Dinis em 26 de Novembro de 1319 (Expositor 3, vitrine)

Ordenação da Ordem de Cristo feita pelo mestre D. João Lourenço, pelo comendador mor, cavaleiros e freires, e aprovação régia da mesma, em instrumento público notarial, datado de Lisboa, 16 de agosto de 1326 (Expositor 3, versão digital)

 

  1. Não nos parece inoportuno acrescentar ao referido que em 11 Maio, em Santarém, na chancelaria do rei D.Dinis, na presença de Domingos Eanes, tabelião delrei, Francisco Domingues, prior de Santa Maria da Alcáçova e chanceler do rei, mostra um privilégio com fios de seda vermelhos e amarelos e com bola de chumbo do papa João XXII, no qual se continha como o papa fez e ordenou a nova Ordem de Cristo.

Mandava el-rei, dado alguns leigos e a maior parte dos freires da dita ordem (sublinhado nosso) não entenderem latim, traduzi-la em linguagem para o entenderem todos melhor e para saberem os frades guardar a ele e ao papa as cousas que são contidas.

Lida aquela “en nossa linguagem”, o chanceler mostrou em seguida, a bula Desiderantes ab intimis, da qual consta a nomeação do primeiro mestre e o privilégio pelo qual o papa fez especial graça ao mestre “que hora he” e aos que depois dele vierem de os dispensar de ir, de três em três anos visitar a corte de Roma, a qual se impunha também traduzir.

E assim o cumpriu o tabelião Domingos Eanes…

 

  • Documento exposto:
  • Pública forma da tradução em versão oficial portuguesa, das bulas Ad ea ex quibus e Desiderantes ab intimis, datada de Santarém, 11 de Maio de 1320 (Expositor 2)

Madalena e Fernando Larcher

 

Bula Ad ea ex quibus, de João XXII, 14 de Março de 1319

ANTT, Gavetas, Gaveta 7, maço. 5, doc. 2

 

DOCUMENTOS EXPOSTOS

 

EXPOSITOR 1

   Em Vitrine

> Concórdia feita entre D. Dinis e D. Fernando de Castela pela qual ajustaram que querendo o Papa dispor dos bens dos Templários e tirá-los da sua jurisdição e senhorio, obrigavam-se a defendê-los e que nem um nem outro fariam avença com o dito Papa sem ambos serem ouvidos. Serra sobre Aljezira, 21 de janeiro de 1310.

ANTT, Gaveta 7, maço 4, nº 9

   Em Versão Digital

> Bula “Ad ea ex quibus” do papa João XXII, pela qual institui a Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo   /    Avinhão, 14 de março de 1319

ANTT, Gavetas, Gaveta 7, maço. 5, doc. 2

> Livro das Escrituras da Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, contendo a Bula “Ad ea ex quibus” (fs. 32-35) e respectiva ratificação régia (f. 35-35v.)     /     1560 a 1568

ANTT, Ordem de Cristo e Convento de Tomar, livro 234

 

EXPOSITOR 2

   Em Vitrine

> Pública-forma da tradução em versão oficial portuguesa, das bulas do Papa João XXII, “Ad ea ex quibus”, bula fundacional da Ordem de Cristo e “Desiderantes ab intimis” bula que nomeia D. Gil Martins, primeiro mestre da Ordem de Cristo, datadas de Avinhão em 14 e 15 de março de 1319, feita pelo tabelião público Domingues Eanes a mando de D. Dinis. Santarém, 11 de Maio de 1320   /    Santarém, 11 de Maio de 1320

ANTT, Gaveta 7, maço 8, doc.5, f.1

   Em Versão Digital

> Pública-forma da tradução, em versão oficial portuguesa, das bulas do Papa João XXII, “Ad ea ex quibus”, apresentada na vitrine.

> Bula “Desiderantes ab intimis”, dirigida a Gil Martins, mestre da Ordem de Avis, nomeando-o mestre da Ordem de Cristo e ordenando-lhe que ele e seus sucessores prestem juramento de fidelidade à Santa Sé nas mãos do abade de Alcobaça, dispensando-o como aos seus sucessores da visita a Roma de três em três anos.   /    Avinhão, 15 de Março de 1319

ANTT, Gavetas, Gaveta 7, maço 11, doc. 5

 

 

EXPOSITOR 3

   Em Vitrine

> Primeira ordenação da milícia feita ler e publicar por D. Gil Martins, mestre da Ordem e convento, e outorgada e consentida por D. Dinis   /   26 de Novembro de 1319

ANTT, OC/CT, Documentos Particulares, mç 2, doc.2 (inserto em doc. de 28 de Junho de 1321).

   Em Versão Digital

> Ordenação da Ordem de Cristo feita pelo mestre D. João Lourenço, pelo comendador mor, cavaleiros e freires e aprovação régia da mesma, em instrumento público notarial.   /   Lisboa, 16 de Agosto de 1326

Pergaminho com os selos do mestre e o do convento, de cera, pendentes de cordão vermelho, observando-se no meio dos dois a furação correspondente ao desaparecido selo régio

ANTT, Gavetas, Gaveta 7, maço 13, doc.27

 

AS DIOCESES TITULARES PORTUGUESAS, POR OCASIÃO DO SEU CINQUENTENÁRIO (1969 – 2019)

sociedade de geografia de lisboa

O Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa convida V.Exª e Família a assistirem à conferência promovida pela Comissão Infante D. Henrique, Ordem de Cristo e Expansão e pelo Instituto Histórico da Beira Côa, proferida pelo Prof. Doutor Fernando Larcher,

AS DIOCESES TITULARES PORTUGUESAS, POR OCASIÃO DO SEU CINQUENTENÁRIO (1969 – 2019)

que se realizará no dia 17 de Julho, 4ª feira, pelas 17.00h, no Auditório Adriano Moreira.  

Jornal “O Farol” – edição comemorativa 250 anos de Alverca da Beira

o farol

Para obter um exemplar da edição comemorativa dos 250 anos de elevação a vila de Alverca da Baixa, do jornal “O FAROL” que agora saiu, basta clicar aqui Farol

250 ANOS DA ELEVAÇÃO A VILA DE ALVERCA DA BEIRA

21 Março de 1769 – 21 Março 2019

Faz 250 anos no dia 21 de Março que Alverca da Beira foi elevada a vila. Ocasião de tomar a liberdade de recordar, em cinco breves notas históricas, esta VILA que na minha infância visitava uma tarde por ano. Era quando os anúncios outonais da segunda quinzena de Setembro antecipavam já o começo das vindimas. Acompanhava meu Avô, com quem, tão cedo que não consigo recordar, comecei a partilhar o amor pelas terras beirãs que circundam o Côa.

I

            A primeira nota dedico-a, naturalmente, à elevação de Alverca, e à sua razão.

Conforme o documento que abaixo transcrevemos[1], a elevação resultou do deferimento, por D.José I, do requerimento de D.Luisa Maria Antónia de Morais, filha de Baltazar de Moraes Pimentel Sá Sarmento, solicitando a concretização em seu marido da concessão que, por duas vidas, em 1775, fora feita a seu pai, da comenda de S.Pedro de Pinhel da Ordem de Cristo e da Alcaidaria mor e Senhorio de algum lugar com mais de cem vizinhos, em atenção aos serviços prestados pelo seu avô materno, Luis Vahia Monteiro. Tendo seu pai falecido, sem se encartar na concedida comenda, pede D.Luisa Maria que esta mercê seja atribuída a seu marido, João António de Sá Pereira, bem como lhe seja concedida a Alcaidaria mor de Montemor-o-Velho, que se encontrava vaga, e o senhorio de Alverca da Beira que, tendo mais de cem vizinhos, se encontrava “na condição de se crear o senhorio, e crear-se vila.”

Na citada data de 21 de Março, D.José defere o pedido, em decreto assinado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, no qual afirmava expressamente que era servido erigir Alverca em vila servindo-lhe de termo a sua freguesia.

Eis, pois, o requerimento:

“ Senhor

Diz D.Luiza Maria Antonia do Moraes filha única de Baltezar de Moraes Pimentel Sá Sarmento, e de D.Leonor Liboria Vahia Villas boas, que pela sentença junta do Juizo das Justificações lhe está julgado o poder requerer a Vossa majestade o efeito das Mercêz com que foi respondido o mesmo seu Pai pelos serviços de seu Avô Luis Vahia Monteiro, que consistio na Commenda de S.Pedro de Pinhel da Ordem de Christo em duas vidas, huma Alcaidaria Mor e Senhorio de Algum Lugar de cem vizinhos, como consta da Portaria junta; e porque a suplicante se acha cazada com Joaõ Antonio de Sá Pereira, e dezeja que naõ só a primeira vida na dita Comenda, que naõ chegou a verificar-se na Pessoa do dito seu Pai por falecer antes de encartar-se, mas a dita Alcaidaria Mor, e Senhorio se verifique no dito seu marido, e se acha vaga a Alcaidaria Mor de Monte mor o Velho, que foi da data da Caza chamada de Aveiro, e haja o Lugar de Alverca da Provinvia da Beira termo de Trancozo com o competente numero de vizinhos para nele se verificar o Senhorio, e crear-se Villa.”

e a régia decisão:

“Attendendo ao que a Supplicante representa: hey por bem que em seu Marido Joaõ Antonio de Sâ Pereira se verifique a primeira das duas vidas que na Commenda de Saõ Pedro de Pinhel foram concedidas de seu Pay Balthazar de Moraes Pimentel [que naõ chegou apossuhilla] por Portaria de vinte e quatro de Janeiro de mil setecentos sincoenta e sinco; na Alcaidaria Mor, que Hey por verificarlhe na de Monte Mor o Velho; e no Senhorio que Hey outro sim por bem verificarlhe no Lugar de Alverca Termo da Villa de Trancozo, o qual Sou servido erigir em Villa servindo lhe de Termo a Sua Freguezia.    Palacio de Nossa Senhora da Ajuda a vinte e hum de Março de mil setecentos sessenta e nove.”

II

Militar de carreira, João António de Sá Pereira, primeiro senhor de Alverca em 1769,  era então governador e capitão general da Madeira, função para a qual fora nomeado por decreto de 10 de  Setembro de 1766, e do qual tomara posse em 9 de Dezembro de 1767. Afastado em Junho de 1777, com a queda do marquês de Pombal, de quem era sobrinho, virá mais tarde a prosseguir a sua vida castrense, atingindo o posto de marechal de campo em 1801.

Já anos antes, em 1795, quarenta anos depois de lhe ter sido concedido o senhorio de Alverca,  D.Maria I agraciara-o com o título de barão de Alverca, por carta de 4 e decreto de 21 de Abril.

Falecido em 1804, sucede-lhe no título seu irmão, que será elevado a 1º visconde de Alverca, por carta de 12 de Novembro de 1805. Este sucederá a seu sobrinho, 1º conde de Anadia, falecido em 1813, como 2º conde deste título, em virtude de decreto de 17 de Dezembro de 1815. Casou com D.Maria Joana de Sá Meneses, de quem teve três filhas, das quais D.Maria Luisa (1801-1861) foi a 2ª viscondessa, em verificação de segunda vida concedida a seu pai, por carta passada no Rio de Janeiro, em 15 de Junho de 1816, e 3ª donatária de Alverca. Esta casou, em 1821, com seu tio materno Manoel Paes de Sá, que foi 3º conde da Anadia pelo casamento.

Seria 3º visconde de Alverca, José de Sá Pais do Amaral Pereira e Meneses, filho segundo do 4º conde da Anadia, nascido em 7 de Março de 1864 e agraciado com o título por decreto de D.Carlos datado de 31 de Agosto de 1882. Por autorização do Senhor D.Manuel II no exílio, foi 4º visconde de Alverca o filho do anterior, José de Sá Pereira de Meneses Pais do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quitel de Barbarino, nascido na quinta da Várzea, em Coimbra, em 1887, o qual, sem ter casado, viria a falecer em Sintra, em 5 de Novembro de 1922.

III

Se Alverca é elevada a vila e senhorio em 1769, a baronato em 1804 e a viscondado em 1805, também o será a concelho em 1836. Será, porém, efémero este concelho, que virá a sucumbir à reforma administrativa do decreto de 31 de Dezembro de 1853.

Não deixaram, então, os seus habitantes de fazer chegar ao Governo de Sua Magestade um requerimento, datado de 9 de Abril de 1854, em que manifestavam “as justas informações em abono do bem colocado Concelho de Alverca, que em virtude do exposto reclama a sua restituição”[2]. Em 29 de Junho deste mesmo ano, com o papel timbrado da Câmara dos Pares, o par do reino conde de Melo escreve ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino:

“Tenho a honra de passar ás mãos de V.Exª o incluso requerimento das Juntas Parochiais, Regedores e Juizes Eleitos das differentes freguesias do Concelho d’Alverca da Beira, em que pedem providencia contra o Decreto de 31 de Dezembro de 1853 (…).”

Vã iniciativa, mas dele ficou um extenso rol de assinaturas, dos antecessores e seguramente de muitos dos avós dos actuais alvarquenses, e dos vizinhos das freguesias que se lhe associaram neste acto. Não é demais relembrarmos alguns.

De Alverca, Abade Francisco Barboza de Albuquerque, D.João Coutinho de Lencastre, João Baptista Ruas, António Monteiro Alves, Joze Fernando da Pena, Manoel Joaquim Ferreira, Antonio Thomaz Ferreira, António Fernandes da Rua, Antonio Maria de Carvalho, Antonio Pinto e Silva, Antonio Diogo Fernandes, Jose Gonçalves, […]. Do Cerejo, O Regedor Manoel Rebello, o juiz Manoel Antonio, o Abade Pedro Maria de Aguilar, Os Membros da Junta […]. De Bouça Cova, O Vigario Manoel Paulo da S.ª Cabral, o Padre Ladislau da S.ª Cabral […]. De Avelãs da Ribeira, O Abade Jacinto Bordallo Ruas, Bernardo Ribeiro da Cruz, o Regidor Joaquim Diogo, Joaquim Matias, o Juiz Elleito Joaquim Claudio […].

Decaída de sede de concelho, permanecerá Alverca como freguesia sobre si, até á reorganização administrativa do território das freguesias, que nos termos da Lei nº 11-A/2013 de 28 de Janeiro, a veio a juntar com a freguesia vizinha de Bouça Cova, passando a reunião de ambas a constituir a freguesia de Alverca da Beira / Bouça Cova, com sede em Alverca da Beira.

IV

Se se vão distanciando os tempos em que na vila de Alverca se reuniam na Casa da Câmara os seus cinco vereadores, atentos aos problemas das suas seis freguesias – Alverca, Avelãs da Ribeira, Bouça Cova, Cerejo, Ervas Tenras e Freixedas -, se parecem não amainar os ventos da queda demográfica que varrem a Beira Côa, não é menos verdade que quem entra no cerne histórico de Alverca se depara com a imagem incólume da vila que foi sede de concelho.

Só quem percorre assiduamente a praça pode ficar insensível à sua ambiência, gerada secularmente pela vida institucional, eclesiástica e civil. Terreiro de vida quotidiana, centrado pelo pelourinho como arauto da sua autonomia municipal. No topo onde o sol entardece,  impõe-se-nos o perfil da Casa da Câmara, timbrada ao centro com as nobres armas de Portugal, com o campanário à direita acoutando o sino que convocava os vizinhos. No topo nascente a igreja de Santa Maria, memorial perene da vida individual e colectiva, marcada pelos sons da sua torre sineira, do repique ao dobrar. Guardam-se no Torre do Tombo os registos de baptizado e óbito nela lavrados desde os anos de seiscentos, e dos matrimónios desde os de setecentos. Mas em muito se antecipam aos registos as fundações da primitiva igreja. Reinava D.Dinis quando, no ano de 1321, foi arrolada e taxada na significativa quantia de cem libras[3]. Era ainda menor el-rei D.Sebastião, quando, correndo o ano de 1560, a comenda da Ordem de Cristo de Santa Maria de Alverca foi avaliada em onze mil e oitocentos reis, sendo seu comendador Fr.Jorge Leonardes[4]. Foram refeitas as suas paredes, mudou o orago para Santa Maria da Assumpção, esteve sucessivamente sujeita aos bispos de Viseu, de Pinhel e da Guarda, mas permanece sempre Santa Maria de Alverca.

V

Fique, como memória de tempos de labor e prosperidade, a informação constante do Inquérito industrial de 1802, enviado em 2 de Julho, pelo Desembargador Corregedor da Comarca de Trancoso, Manuel António Pinto de Escobar[5]:

“Nesta Comarca de Trancoso sòmente há Fábricas na Vila de Alverca, que são duas de grude, e existem no mesmo estado que principiaram. Ambas ocupam cinco operários, que preparam oitenta arrobas de grude, ou cola, que exportam os Donos para as Fábricas da Vila da Covilhã, e alguma é vendida aos pintores.

Na dita vila há curtimento de couros de gado vacum, os couros depois de curtidos são vendidos nas feiras deste Reino, e são empregados para calçado dos homens do campo, e também os correeiros se servem deles.

Nestas fábricas se empregam quinze homens em diversos Laboratórios, que são por todos quatro, e preparam todos os anos até dois mil couros. A existência deles é antiga: e como todas são dirigidas por particulares, dependo do arbítrio de seus donos o Regulamento, que promovem segundo seus interesses.

Não há outras Fábricas de qualidade alguma nesta Comarca: o que tudo consta da certidão junta.”

Tem esta informação anexa o seguinte e ilustrativo Auto de declaração que fizeram os louvados abaixo nomeados do estado das Fábricas da Vila de Alverca desta Comarca:

“ Ano do nascimento de N.Senhor Jesus Cristo de 1802 aos 10 dias do mês de Junho do dito ano em esta Vila de Trancoso, e casas de residência do Dr.Manuel António Pinto de Escobar do Dezembargo de S.A.R. e seu desembargador na Relação do Porto com o exercício do cargo de corregedor nesta Comarca de Trancoso ali perante ele dito ministro pareceram presentes Manuel da Silva da Rua e Manuel Rodrigues Monteiro ambos da Vila de Alverca e homens de negócio aos quais deferiu o juramento nos Santos Evangelhos debaixo do qual lhes encarregou declarassem quantas fábricas havia na dita Vila, e sua qualidade e estado e número de operários, e que géneros empregam, que obras se fabricam anualmente, e para onde são exportadas, o que prometeram fazer, debaixo do juramento recebido, e logo declararam o seguinte,

Que na dita Vila havia duas fábricas de grude erigidas, uma delas há cousa de dez anos e outra há dois, as quais existem no mesmo estado em que principiaram e se ocupam em uma três operários, e em outra dois, e a matéria para existirem estas fábricas são os retalhos, e as aparas dos couros do gado vacum, e poderão fazer ambas elas cada ano oitenta arrobas de grude ou cola e costuma ser exportada a maior porção dela para as fábricas da Vila da Covilhã e também para algum uso dos Pintores.

Também há na dita Vila cortimentos de couros de gado vacum que alguns dos moradores da mesma Vila mandam fabricar e cortir e depois de curtidos se vendem pelas feiras do Reino, que são empregados para sapatos, botas dos Lavradores e couriarias para bestas, pelo que uns vão em branco, e outros em preto, a matéria para elas são os couros em pelo, que são pelados e cortidos postos em obra na forma dita e nos ditos cortimentos e laboratórios se ocupam regularmente doze e até quinze homens porquanto os laboratórios não têm uso certo, nem continuado exercício porque umas vezes trabalham em dois, muitas vezes em quatro, que é o número deles segundo o número de couros e venda das fazendas, e se poderão curtir anualmente até 1.500 e até 2000 couros cujo número certo se não pode regular, o que tudo depende do consumo dos géneros fabricados, cujo trato na dita Vila é antigo e se conserva no mesmo estado sem alteração, e sem regulamento mais que serem dirigidos pelos donos que mandam fabricar os couros conforme seus interesses é declaram não haver na dita Vila outra alguma fábrica mais que as sobreditas que são de particulares, nem tão pouco tem notícia haja outras na Comarca de qualidade alguma e de como assim o disseram e declararam assinaram sua declaração com o Dr.Dezembargador Corregedor depois de lida por mim Pedro das Neves escrivão da correição que o escrevi e assinei,

Pinto

Manuel da Silva Rua

Manuel (sinal) Roiz Monteiro”

VI

Prevê-se para 21 de Março um dia soalheiro em Alverca. Será por certo data propícia a que a população, a propósito da sua elevação a vila, recorde os fastos de antanho.

Mas mais do que a celebração num dia, duzentos e cinquentas anos são um apelo ao registo de memórias.

O prelo espera o livro do Dr.Inácio Correia, Alverca da Beira – O Tempo das Histórias, A História dos Tempos, onde os presentes terão a possibilidade de rememorar o seu passado. E por certo, o Senhor João Pedro Ruas, alvarquense de várias gerações e presidente da Junta de Freguesia, não deixará de aproveitar a ocasião para fazer cunhar uma medalha que, recordando a data, relembrará a histórica VILA de Alverca da Beira.

Não podendo estar presente, com ambos, que me acolheram sempre tão afectuosamente na sua Vila, partilho de longe este dia de festa.

 

                                                        Fernando Larcher

                                                           do Instituto Histórico da Beira Côa

 

[1] ANTT, Min.do Reino, decretos, 21 de Março de 1769, maço 17, cx.17, p.21. Transcrito in Anais da Beira Côa, 1769, 21 Mar.

[2] ANTT, Min. Neg. Eclesiásticos e da Justiça, cx.299, maço 340. Documentos de justiça da comarca de Pinhel (Correspondência e requerimento)   representações da vila de Alverca e seus habitantes pedindo a restituição do seu concelho. Transcrito in Anais da Beira Côa, 1854, 9 Abr. e 29 Jun.

 

[3] Anais da Beira Côa, 1321.

[4] Anais da Beira Côa, 1560.

[5]  “Documentos do inquérito industrial de 1802”, publicado in LUIZ FERNANDO DE CARVALHO DIAS, História dos Lanifícios (1750-1834), p.1384-1386. Transcrito in Anais da Beira Côa, 1802.

Colóquio “Estevão Gonçalves Neto”

Colóquio ” Estevão Gonçalves Neto – Abade do Cerejo e Iluminador do Missal“, comemorativo dos 400 anos

Dia 22 Setembro 2018, 9h00-18h30, no Auditório Municipal de Pinhel.

Tem como objectivo:

Promover o estudo, o conhecimento e a divulgação de Património Artístico, Cultural, Histórico e Religioso de Pinhel
_____
Comemorar os 400 anos de Estevão Gonçalves Neto como abade de Cerejo e iluminador do Missal Pontifical
______
Dinamizar a vida do concelho de Pinhel promovendo o bem comum.

Para consultar o programa, clique em programa colóquio

cartaz coloquio

Colóquio “O granito cinzento de Pinhel”

Colóquio “O granito cinzento de Pinhel Riqueza Patromonial”

15 e 16 de Julho 2016

Auditório da Câmara Municipal de Pinhel

Tendo como objectivo promover o estudo, o conhecimento e a divulgação do património natural, histórico religioso e cultural de Pinhel, e conhecer caracteristicas e potencialidades do granito cinzento de Pinhel, dinamiza-se a vida sociocultural do arciprestado e município de Pinhel, trazendo a esta cidade preletores de reconhecido mérito para partilharem conhecimentos com as pessoas de bem interessadas nestas temáticas.

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Conferência “Planeamento e gestão integrada de serviços em unidades turísticas”

Vai realizar-se, nos próximos dias 17 e 18 de Fevereiro a Conferência “Planeamento e Gestão Integrada de Unidades Turísticas” promovida pela Associação Portuguesa do Património Edificado e  o Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior. O Instituto Histórico da Beira Côa é parceiro neste evento, participando activamente com algumas comunicações a serem apresentadas.

cartaz conferencia

Imagem

Colóquio “Camilo em Pinhel” – 30 de Novembro

Convite Colóquio Camilo em PinhelPrograma Colóquio Camilo em Pinhel Exterior

Camilo em Pinhel

1863 – 2013

No presente ano 2013, decorrem em Pinhel as Comemorações dos 150 anos da 1ª edição do livro O Bem e o Mal de Camilo Castelo Branco (Lisboa, 1825-3-16 – Seide, 1890-6-1).

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Este genial escritor, aos 38 anos (1863), escreveu e publicou o romance O Bem e o Mal, no qual trata Pinhel e as suas gentes como sendo ‘do Bem’. Teve uma vida “extraordinariamente infeliz”, como ele próprio a definiu, mas deixou-nos textos em língua portuguesa de rara beleza literária. Camilo merece de Pinhel estas Comemorações, e todos nós devemos conhecer melhor a sua Obra, nomeadamente O Bem e o Mal, pois nos livros aprende-se “a fugir ao mal sem o experimentar” e a viver o Bem.

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De entre as várias atividades que integram as Comemorações, destacamos o próximo colóquio “Camilo em Pinhel”, a realizar no Auditório da Câmara Municipal de Pinhel no próximo dia 30 de novembro. A organização conjunta é do Centro Social e Cultural da Paróquia de Pinhel e do Município de Pinhel. São objetivos promover o estudo, o conhecimento e a divulgação do Património Religioso e Cultural de Pinhel, e dinamizar a vida sociocultural da paróquia e do concelho/arciprestado de Pinhel. Haverá preletores de reconhecido mérito a apresentar comunicações, e a entrada é livre.

Lembramos que já tiveram lugar a 27 e 28 de julho o colóquio “O Bem e o Mal” e a 25 de agosto o lançamento do livro O Bem e o Mal de Camilo Castelo Branco, edição é da Opera Omnia com o apoio do Município de Pinhel.

Quanto ao livro, ainda que nestes 150 anos tenha tido cerca de três dezenas de edições (muitas delas devidas a ter sido um livro de leitura escolar no ensino secundário em meados do século XX), achou-se por bem reeditá-lo neste ano comemorativo, pois conta-nos histórias exemplares, com final feliz. Fala-nos de Fidalgos de Pinhel, de Ladislau e de Casimiro, de Peregrina e de Cristina, de Vila Cova e S. Julião da Serra no termo de Pinhel, e de muito mais.

A edição de 2013 (Guimarães: Opera Omina), comemorativa dos 150 anos da primeira, apresenta-se com texto fixado pelo Dr.Manuel Celestino Martins Neves (a cujo empenho se deve mais esta iniciativa em prol da cultura em Pinhel), a partir sobretudo das quatro primeiras edições (em vida do autor) e com grafia atualizada, a que se segue posfácio do Dr.João Bigotte Chorão.

Tal como Camilo, também por Pinhel e em todo o Portugal se acredita que o Senhor dos mundos continua a enviar-nos o anjo da felicidade

Novo Bispo de Pinhel – Monsenhor Jorge Solorzano

No passado mês de Julho foi nomeado o novo bispo titular de Pinhel. No mesmo mês o último, desde 2012 bispo castrense do Peru, resignou, e o antepenúltimo tomou posse como Patriarca de Lisboa.

1. Em 19 de Julho foi ordenado bispo titular de Pinhel Monsenhor Jorge Estrada Solorzano, sendo principal consagrante o cardeal Rivera Carrera, arcebispo do México. O novo bispo de Pinhel nasceu na cidade do México em 27 de Agosto de 1961, recebendo a ordenação sacerdotal em 2 de Junho de 1995, incarnado na diocese de Zamora. Licenciado em teologia espiritual pela Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma foi pároco e responsável da formação permanente do clero da VII vigararia da arquidiocese do México,  Em 28 de Maio passado foi nomeado pelo papa Francisco bispo auxiliar do Arcebispado primaz do México e bispo titular de Pinhel.

BISPO TITULAR DE PINHEL

2. D. Jorge, o sexto bispo titular de Pinhel, sucede a Monsenhor Guillermo Martin Abanto Guzmán, bispo auxiliar de Lima, que em 2007 tinha sucedido a D.Manuel Clemente, e que em 2012 fora nomeado bispo castrense do Peru. No passado mês de Julho resignou à diocese castrense.

3. Também, como é do vasto conhecimento público, no passado dia 6 de Julho, o Senhor D.Manuel José Macário do Nascimento Clemente, ex bispo titular de Pinhel e figura consensualmente reconhecida pela sua cultura e pela sua sensibilidade às realidades actuais, tomou posse do patriarcado de Lisboa.

Deixamos aqui as nossas sinceras manifestações de regozijo.

(Vide informação detalhada na nossa secção de notícias)